Quase todo o dinheiro obtido pelos ministros do gabinete do premiê Shinzo Abe através de eventos para arrecadação de fundos realizados em 2016, cerca de 700 milhões de ienes (R$ 20.2 mi), foram arrecadados em compras de convites por indivíduos, organizações e negócios não-nomeados. A soma representa 94% do total dos fundos. A informação foi difundida pelo jornal Asahi Shimbun, neste início de Dezembro.
Nenhuma lei foi quebrada, mas especialistas clamam por padrões mais severos de transparência. “Membros do gabinete são obrigados a se adequar a um estrito código de ética necessário para reportar suas atividades com alto grau de transparência”, diz a matéria de Rei Inoue e Kosuke Tauchi na versão online do jornal diário, um dos maiores do país.
A Lei de Controle de Financiamento Político requer que os políticos revelem nomes de indivíduos ou negócios que tenham contribuído com mais de cinquenta mil ienes (R$1.400) por ano.
Em Novembro deste ano, o parlamentar Yasushi Adachi, 52, de um partido aliado do governo tuitou palavras de baixo calão, literalmente: “Morra Asahi Shimbun” e recebeu críticas da mídia por seu comportamento. A reação aconteceu após editorial ser publicado ressuscitando o escândalo da escola de Veterinária supostamente favorecida indiretamente através de burocratas, em nome do primeiro-ministro, amigo pessoal de seu diretor.
Se o governo mantém suas fontes em sigilo, os financiadores do jornal Asahi Shimbun são conhecidos. Fazem parte da lista o Partido Social Democrata, principal opositor do atual premiê e indiretamente o governo da China, através do gigante jornal estatal “China Daily”, cuja sede em Tóquio fica dentro do prédio do Asahi.