Ofensiva chinesa tem retaliação política de Japão e EUA

A semana foi marcada por ações políticas dos governos do Japão e dos Estados Unidos com relação à intensa movimentação da Marinha Chinesa nos mares do Sudeste Asiático. 

Criada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado norte-americano, aprovada e divulgada no dia 29 de Julho, a resolução 167 condena as atitudes tomadas pelo governo comunista chinês em territórios marítimos de países do Sudeste Asiático. “Nos últimos anos, ocorreram numerosos incidentes envolvendo embarcações chinesas que desestabilizaram a região”, diz o documento.

Do seu lado, nos dias 25, 26 e 27 de Julho, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe visitou três países envolvidos em tensões por disputas territoriais da China. O premiê sugeriu a líderes da Tailândia, Filipinas e Malásia uma ação conjunta para conter os avanços da China nos territórios de outros membros da ASEAN.

Na Malásia, Abe anunciou ao presidente Joe Bidden que o país criará logo o seu próprio conselho de segurança nacional, nos moldes do norte-americano. Nas Filipinas, o presidente Benigno Aquino III recebeu a notícia de que o Japão pode fornecer à marinha Filipina dez veleiros para proteger suas ilhas da ameaça chinesa. Porém, a opinião pública filipina achou pouco. Benito Lim, professor de Ciências Políticas na Universidade Ateneo de Manila, subestimou o impacto dos veleiros na defesa do país argumentando que não serão páreos frente aos modernos armamentos chineses, citou o website do diário filipino Inquirer.

Os abusos do governo comunista chinês na região são numerosos. Além da invasão do território marítimo das ilhas Senkaku do Japão, em Abril de 2013, o relatório incluso na resolução 167 do Senado norte-americano lista a ameça sobre o golfo da Tailândia, águas de Brunei e Malásia. Além disso, embarcações chinesas cortaram cabos de pesquisa sísmica de um navio vietnamita de exploração de petróleo, em Maio de 2011 e barraram a entrada do recife Scarborough, em Abril de 2012.

Ainda em andamento está a presença de navios de patrulha chineses desde o dia 8 de Maio de 2013 ao redor dos penedos Second Thomas, há 195 quilômetros (105 milhas náuticas) noroeste da ilha Filipina de Palawan, na cadeia de ilhotas Spratly.

A edição online do jornal Asahi Shinbun noticiou na última segunda-feira (29) a cínica afirmação do ministro da Defesa da China, Geng Yansheng: “os treinamentos da marinha chinesa no oeste do Oceano Pacífico já se tornaram rotina.” Recentemente o governo chinês publicou mapa oficial na China que novamente adota a contestada linha em “U”, ou “nine-dash line”, como fronteira chinesa nas águas do sudeste asiático, incluindo as Ilhas Spratly (Filipinas) e as Paracel (Vietnã) em seus domínios.

CONTRADIÇÃO: Golfo de Aden (Mar da Arábia). Setembro de 2012. Treinamento anti-pirataria realizado em visita combinada entre marinheiros do destroyer US Winston S. Churchill e da fragrata Yi Yang da Marinha Chinesa do “Exército de Libertação do Povo” (PLA). Segundo a descrição da foto no Wiki Commons, “o foco do exercício era a cooperação entre as marinhas chinesas e americanas em detector, embarcar e procurar por embarcações piratas. (U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 2nd Class Aaron Chase)
CONTRADIÇÃO: EUA treinam marinha chinesa no Golfo de Aden (Mar da Arábia) em Setembro de 2012. Foto de treinamento anti-pirataria entre marinheiros do destroyer US Winston S. Churchill e da fragrata Yi Yang da Marinha Chinesa. (Aaron Chase)

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