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Nove Atitudes para o Fim Das Empreiteiras no Japão

Ao longo de 25 anos de experiência trabalhando e vivendo no Japão, existem poucos brasileiros que não foram, consciente ou inconcientemente, explorados por empreiteiras, empresas de envio de material humano às companhias japonesas. Tolos concluem tratar-se de um “mal necessário”. Enquanto acomodados optam pela facilidade da renda temporária em detrimento de direitos prescritos na lei de direitos do trabalhador do país.

Assim como africanos que vendiam seus conterrâneos aos mercadores europeus e índios que guiavam expedições colonização território adentro, as empreiteiras dos nikkeis do Japão aproveitam-se da falta de conhecimento de seus pares. Exploram. Ganham dinheiro dentro de um escritório enquanto mandam brasileiros sentirem dor, ficarem expostos à condições de trabalho ruins e acidentes fatais. Exemplos assim não devem ser seguidos. As empreiteiras estão com os dias contados.

Neste artigo enumero nove atitudes de brasileiros no Japão que são na verdade o caminho para a independência do sistema “haken”. Muitos conterrâneos já estão seguindo este “guia” natural, que ora esboço de forma simplificada.

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1. “Nihongo”
O domínio da Língua Japonesa é uma condição sine qua non, absolutamente imprescindível. O ideal é vir ao Japão sabendo conversar, ler e escrever.

Se já estiver aqui, busque incessantemente por este conhecimento. Lhe será útil para encontrar emprego sozinho, sem depender dos funcionários das empreiteiras que, afinal, prestam serviço à empresas que escondem as leis, e lucram duas vezes às custas dos trabalhadores: no prêmio por apresentação e na negociação do salário por hora. Muitas fábricas pagariam mais se não fosse a comissão dessas empresas intermediadoras.

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2. Leis: Informe-se, Leia, Pesquise 

Após chegar ao nível intermediário da Língua Japonesa, não é difícil consultar um manual de leis trabalhistas, que pode ser encontrado em qualquer livraria. Num site de busca, procure por Roudou Houritsu, em Kanji: 労働法律.

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3. Constitua uma Família Japonesa
Com Japonês fluente e bem informado, o brasileiro solteiro que pretende não ser apenas outro ignorante útil aos donos das empreiteiras deve procurar namorada e casar com japonesa. Integrando-se à família e à sociedade da esposa, o próximo passo para a independência total será dado com mais facilidade. Além de aprender com o coração, com o casamento e o nascimento dos filhos, a admiração dos japoneses por suas conquistas irá abrir-lhe bons caminhos.

Ou uma família Brasileira. E para o bem deles, evite ficar pendurado nos apartamentos facilitados pelas empresas de envio de material humano – Jinzai Hakken Gaisha. Procure apartamento próprio em imobiliárias ou, ao invés do aluguel, pague as parcelas da sua própria casa.

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4. Torne-se “Seishain”

Atualmente muitas companhias japonesas aceitam brasileiros que estudaram no Japão para o seu quadro de funcionários vitalícios, com empregos garantidos por tempo indeterminado, por toda uma vida se assim desejaram. Com direito a bônus e aumento salarial o que torna a renda anual muito superior a de um funcionário contrato através de empreiteira, comumente chamado de “haken-shain”.

Kamimaezu5. Mergulhe na Cultura Japonesa
O escritor Andrew Horvat, autor do livro “Japanese Beyond Words: How To Talk And Walk Like A Native Speaker”, conclui seu raciocínio sobre os hábitos de um estrangeiro integrado ao mercado de trabalho do país asiático sublinhando sua visão estereotipada dos japoneses: uma vez estrangeiro, sempre estrangeiro. No entanto, existem diversos níveis de aceitação, que variam de acordo com o nível sócio-cultural dos nativos. As chances de sucesso de um estrangeiro são cada vez maiores, à medida em que crianças não nascem e adultos envelhecem.

 

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6. Naturalize-se
A lista de documentos não é curta, precisam ser recentes. O processo é demorado e há ainda teste de proficiência mínima na Língua Japonesa. Mas ser oficialmente um cidadão japonês faz muita diferença na hora de procurar um bom emprego. Direito a bônus e contrato vitalício vão garantir prosperidade à sua família.

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7. Contato constante com amigos japoneses
Esteja sempre vivo na memória dos amigos japoneses. Como é de conhecimento de todos, o Japão sofre com mão-de-obra escassa. Não apenas para trabalhos sujos, pesados e perigosos, mas em todas as áreas. Mantenha sua network em boa sintonia e nunca lhe faltará trabalho.

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8. Rompimento com o Gueto Brasileiro
Talvez a atitude mais difícil de tomar. Após duas décadas e meia de história brasileira no Japão, famílias inteiras cultivaram os hábitos que sacrificaram o chefe da casa. Árduo trabalho, cervejinha com os amigos, churrasco, Natal, baladas para os jovens, eventos da comunidade, mídia comunitária, assinatura da canais da TV brasileira e outras comodidades mantiveram os brasileiros acomodados. Um transe do qual a segunda e terceira gerações nascidas no arquipélago vão, infalivelmente, acordar.

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9. Empreender é melhor do que ser empregado
Quem não tem um plano próprio acaba sendo usado no projeto de quem tem. O mais importante na sua estadia neste país organizado e criativo é observar. Vamos usufruir da experiência acumulada pelo povo que absorveu conhecimento do mundo inteiro para construir esta imponente nação. Todo dia é possível aprender uma ou duas lições que serão o seu diferencial competitivo no retorno ao Brasil. É possível, ainda, abrir uma empresa no Japão, de forma simples e rápida.

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Você protege a sua marca?

O sistema de registro de marcas do Japão provê proteção de marcas e logos que são usados no comércio de produtos e serviços. Deixando a origem dos produtos e serviços serem identificados por uma “trademark”, o sistema japonês também identifica suas qualidades, as propaga, protege sua reputação comercial e, portanto, contribui para o desenvolvimento da indústria japonesa protegendo o interesse dos consumidores. O sistema de marcas registradas do Japão é regulamentado pela “Trademark Law”, a lei das marcas registradas. 

É comum vermos talentos e marcas surgirem. Mas quantas delas estão devidamente protegidas contra o plágio? O design do Japão é regulamentado pela lei do design, que protege e os atrativos, a confortabilidade, os formatos funcionais, protótipos, cores, e outras características do design de ítens comerciais e artísticos, no tocante à sua aparência externa. 

“A literatura legal sobre do design no Japão defende os diretos de propriedade do designer, e também encoraja ao uso dos produtos e serviços de design. Promovendo a criação de novas obras, contribui para o desenvolvimento da indústria no Japão.” Assim a designer de Yokohama, a japonesa Kiyoko Takenaka, fez questão de enfatizar no ano de 2012. 

Fonte: Jetro (Japan External Trade Organization)

 

Ofensiva chinesa tem retaliação política de Japão e EUA

A semana foi marcada por ações políticas dos governos do Japão e dos Estados Unidos com relação à intensa movimentação da Marinha Chinesa nos mares do Sudeste Asiático. 

Criada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado norte-americano, aprovada e divulgada no dia 29 de Julho, a resolução 167 condena as atitudes tomadas pelo governo comunista chinês em territórios marítimos de países do Sudeste Asiático. “Nos últimos anos, ocorreram numerosos incidentes envolvendo embarcações chinesas que desestabilizaram a região”, diz o documento.

Do seu lado, nos dias 25, 26 e 27 de Julho, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe visitou três países envolvidos em tensões por disputas territoriais da China. O premiê sugeriu a líderes da Tailândia, Filipinas e Malásia uma ação conjunta para conter os avanços da China nos territórios de outros membros da ASEAN.

Na Malásia, Abe anunciou ao presidente Joe Bidden que o país criará logo o seu próprio conselho de segurança nacional, nos moldes do norte-americano. Nas Filipinas, o presidente Benigno Aquino III recebeu a notícia de que o Japão pode fornecer à marinha Filipina dez veleiros para proteger suas ilhas da ameaça chinesa. Porém, a opinião pública filipina achou pouco. Benito Lim, professor de Ciências Políticas na Universidade Ateneo de Manila, subestimou o impacto dos veleiros na defesa do país argumentando que não serão páreos frente aos modernos armamentos chineses, citou o website do diário filipino Inquirer.

Os abusos do governo comunista chinês na região são numerosos. Além da invasão do território marítimo das ilhas Senkaku do Japão, em Abril de 2013, o relatório incluso na resolução 167 do Senado norte-americano lista a ameça sobre o golfo da Tailândia, águas de Brunei e Malásia. Além disso, embarcações chinesas cortaram cabos de pesquisa sísmica de um navio vietnamita de exploração de petróleo, em Maio de 2011 e barraram a entrada do recife Scarborough, em Abril de 2012.

Ainda em andamento está a presença de navios de patrulha chineses desde o dia 8 de Maio de 2013 ao redor dos penedos Second Thomas, há 195 quilômetros (105 milhas náuticas) noroeste da ilha Filipina de Palawan, na cadeia de ilhotas Spratly.

A edição online do jornal Asahi Shinbun noticiou na última segunda-feira (29) a cínica afirmação do ministro da Defesa da China, Geng Yansheng: “os treinamentos da marinha chinesa no oeste do Oceano Pacífico já se tornaram rotina.” Recentemente o governo chinês publicou mapa oficial na China que novamente adota a contestada linha em “U”, ou “nine-dash line”, como fronteira chinesa nas águas do sudeste asiático, incluindo as Ilhas Spratly (Filipinas) e as Paracel (Vietnã) em seus domínios.

CONTRADIÇÃO: Golfo de Aden (Mar da Arábia). Setembro de 2012. Treinamento anti-pirataria realizado em visita combinada entre marinheiros do destroyer US Winston S. Churchill e da fragrata Yi Yang da Marinha Chinesa do “Exército de Libertação do Povo” (PLA). Segundo a descrição da foto no Wiki Commons, “o foco do exercício era a cooperação entre as marinhas chinesas e americanas em detector, embarcar e procurar por embarcações piratas. (U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 2nd Class Aaron Chase)
CONTRADIÇÃO: EUA treinam marinha chinesa no Golfo de Aden (Mar da Arábia) em Setembro de 2012. Foto de treinamento anti-pirataria entre marinheiros do destroyer US Winston S. Churchill e da fragrata Yi Yang da Marinha Chinesa. (Aaron Chase)